CULTURA Cultura

Em entrevista Nany People fala da carreira, preconceito e vida pessoal

Nany revela que nasceu artista e ser drag queen foi o que a projetou no meio artístico


Em 18/04/2010 16:00 por Guia Taubaté



A comediante Nany People esteve em Taubaté com as meninas do stand up ?Humor de Salto Alto?. Elas se apresentaram no dia 9 de abril, no Teatro Metrópole, na ocasião Nany concedeu uma entrevista ao portal Guia Taubaté, ela falou sobre o convite para participar do espetáculo, da vida profissional e preconceito. Guia Taubaté ? Como é participar de um espetáculo apenas com mulheres e sobre questões femininas? Nany - É um privilégio, o grupo do Humor de Salto Alto sempre chama um humorista masculino como mestre de cerimônia, até mesmo para funcionar como algoz. Ele está sempre pronto, com piadas prontas para atacar as mulheres e elas se vingam dele, de um jeito até meio sutil, mas é uma chibatada e um beijo. No meu caso é diferente, o estrogênio está no meu ser, eu sei exatamente o que se passa. Guia Taubaté - Algum momento você consegue enxergar o espetáculo como homem? Nany ? Não. Eu acho o homem muito limitado, ele finge que é dono da verdade dele. Tem uma amiga minha que fala ?os homens crescem até dois anos de idade, depois só desenvolvem?. Homem só arranja uma mulher para casar que seja mãe dele também. Guia Taubaté ? Quando você optou pela arte? Nany ? Quando nasci no berçário eu vi um cotonete e falei: ?é um microfone?. Eu tinha quatro anos, ia visitar meu avô em Serrania, eu não conhecia televisão só rádio. Me lembro como se fosse um sonho, eu subia no palco em quermesse em Serrania para cantar e ganhar cartucho de doce. Meus amigos pegavam meia para brincar de mocinha e bandido, eu gostava de brincar, mas não podia cortar a perna da minha meia, porque eu tinha que fazer de cabelo, para poder brincar de imitar (Nany cai na gargalhada após a revelação). A arte sempre esteve muito pulsante em mim. Eu cantei no Chacrinha com 10 anos. Guia Taubaté ? Você sempre se sentiu como mulher ao se apresentar? Nany ? Eu sempre fui uma artista. Toda peça eu fazia o ?coringa?, o homem a mulher, eu era formatada, o que justifica o que a Rogéria fala ?Artista não tem sexo?. No meu caso, a coisa do ?transgênio? sempre esteve muito presente, tão evidente que eu não podia por toca lá em Poço de Caudas que parecia uma menina, mas eu não tinha consciência disso. O palco é meio que um habeas corpus, então como artista eu tinha uma coisa meio especial, tanto que e eu comecei no teatro com 11 anos de idade. Guia Taubaté ? Ser drag queen atrapalhou seu trabalho? Nany - Não, pelo contrário, ser drag me projetou. Só que eu passei da drag, ai eu decidi virar transexual. Guia Taubaté ? Você prefere fazer comédia? Nany - Não. Já fiz drama também. A comédia é coisa de carisma e time. Guia Taubaté ? Profissionalmente você já sofreu preconceito? Nany - Se chegou a mim pelo contrário, tudo começou acontecer comigo depois que eu subi no salto. Eu sou a pessoa menos indicada a falar sobre preconceito, como eu vou falar sobre preconceito se eu do a cara a tapa nacionalmente como Nany People. Como eu posso falar de preconceito sendo que depois que eu virei transexual eu tinha todos os motivos para ter me jogado para fora do tapete, eu consegui transpor e voltei para o teatro, Tv, revista e agora estou até na internet. O espetáculo Humor de Salto Alto foi promovido pela "AT Produções".

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